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NOSSA ESPIRITUALIDADE – CAMINHO ESPIRITUAL

Espiritualidade é a vida vivida no Espírito e com o Espírito. Ao convidar os cristãos a viverem como homens espirituais (cf. 1Cor 2,13; Gl 6,1; Rm 8,9), nosso Baluarte, São Paulo, nos motiva a continuarmos vivendo no corpo, mas com o novo espírito que recebemos, isto é, no Espírito do Senhor. Santo Irineu de Lião pregou que o homem espiritual não é aquele que desenvolve a alma em desfavor do corpo, que se dedica ao espírito contra a matéria, mas sim aquele que, sob a ação do Espírito, estabelece uma relação de equilíbrio entre alma e corpo.

O Espírito que continuamente age na vida de cada um é o mesmo Espírito com que Deus criou o ser humano. Sua ação, portanto, não vem para negar nada do que é humano, que Deus criou e viu que era bom, mas sim conduzir à plenitude, sua maior expressão (IRINEU, 1995, p. 530ss.).

O Papa Bento XVI, por meio da Carta Encíclica “Deus Caritas Est”, pregou que o homem não pode desejar ser apenas espírito e simplesmente rejeitar a carne como se fosse uma herança ruim, pois dessa forma espírito e corpo perdem a sua dignidade. De igual modo, se o ser humano renega o espírito e considera o corpo como realidade exclusiva, perde igualmente sua grandeza.

O equilíbrio está no fato de que quando corpo e alma se encontram em íntima unidade, o homem se torna ele mesmo. Portanto, espiritualidade não se refere a uma parte de nós, mas ao todo; não é apenas vida interior, mas a totalidade da nossa vida e, portanto, nossas relações com Deus, com os irmãos de comunidade e com o mundo, vividas na grandeza e na força do Espírito Santo. Essa é a compreensão que encontramos no Documento de Aparecida (CELAM, 2007), o qual propõe, para o discípulo missionário, uma espiritualidade que se baseie na docilidade ao impulso do Espírito, à sua potência de vida, que mobiliza e transfigura todas as dimensões da existência. O discípulo missionário, movido pelo estímulo e ardor que provêm do Espírito, aprende a expressá-lo no trabalho, no diálogo, na caridade, no serviço e na missão cotidiana.

Com base nessas premissas, podemos dizer que a nossa espiritualidade é carismática. Muitas vezes, quando se usa a palavra "carismático", as pessoas espontaneamente a associam ao movimento carismático. Não é esse o sentido que deve ser aplicado aos Católicos Em Missão, mas no sentido de tudo o que se coloca no âmbito da livre manifestação do Espírito e que enriquece a Igreja com seus dons. É nesse âmbito que se coloca a vida missionária.

A Espiritualidade carismática dos Católicos Em Missão é caracterizada pelos seguintes elementos: a caridade santificante, o apostolado santificado, a oração ao ritmo do estado de vida, o uso dos meios e os tempos fortes.

A caridade santificante, amando a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus, realizando com docilidade e alegria todas as atividades, de modo especial a ajuda material aos mais necessitados e a ajuda espiritual as famílias.

O apostolado santificado, por meio de retiros, encontros e momentos de oração.

A oração ao ritmo da vida é a atitude oracional diária.

A busca dos meios consiste na atenção e procura dos recursos necessários para cultivar um relacionamento mais íntimo com Deus, para quem se vive e trabalha.

Os tempos fortes são momentos intensos, programados ou não, da graça de estar com o Senhor, de receber a Sua visita, elemento que vitaliza todo o restante do caminho espiritual.

Os principais meios para alimentar a vida espiritual são:

  1. Obediência a Jesus e a Seu exemplo;

  2. Missões caritativas;

  3. Criar espaços individuais e comunitários, de acordo com a Sã Doutrina, para que o Espírito Santo transforme e transfigure toda a nossa existência, equilibrando corpo, alma e espírito;

  4. Eucaristia e adoração quotidiana;

  5. Estudo e meditação da Palavra de Deus e do Magistério da Igreja;

  6. Cumprimento das rotinas de orações pessoais e comunitárias;

  7. Rosário diário e recordação diária da Paixão do Senhor;

  8. Meditação diária do evangelho do dia;

  9. Reuniões, encontros e retiros comunitários;

  10. Exame de consciência mensal e recepção frequente do sacramento da Reconciliação e direção espiritual;

  11. Penitências às sextas-feiras, no mínimo com abstinência de carne durante as 24h.

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