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QUEM SÃO AS NOVAS COMUNIDADES E QUAL O POSICIONAMENTO DA IGREJA SOBRE ELAS?
 

A Sagrada Escritura assim nos ensina sobre as primeiras comunidades cristãs:

"Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e cativando a simpatia de todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros, que estavam a caminho da salvação (Atos 2,46-47).”.

 

Pois bem, por meio do Concílio Vaticano II (1962-1965) nasceu para a Igreja a necessidade de um novo sopro do Espírito Santo, um novo ardor missionário, um novo empenho e envolvimento dos leigos para os novos desafios do milênio, uma necessidade para os fiéis em terem vida em comunhão e relacionamento fraterno profundo.  (Atos 2, 42-47).

Em 1998 o Papa São João Paulo II convocou todos os Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades de Aliança e de Vida.

Durante a memorável Vigília de Pentecostes daquele ano, com mais de 300 mil participantes, dentre várias afirmações a Igreja disse ao mundo que as Novas Comunidades são uma resposta providencial de Deus; uma nova primavera da Igreja que vive em resposta reservado, fora dos muros tradicionais das paróquias, portanto. Vejamos[1]:

“Observando-os, tive a alegria e a graça de ver como, num momento de fadiga da Igreja, num momento em que se falava de inverno da Igreja, o Espírito Santo criava uma nova primavera.”

“Vós sois esta resposta providencial.”

“Nos movimentos e nas comunidades novas, aprendemos que a fé não é questão abstrata, nem vago sentimento religioso, mas vida nova em Cristo, suscitada pelo Espírito Santo.”

“Condição necessária, naturalmente, é que estas novas realidades queiram viver na Igreja comum, embora com espaços de algum modo reservados para a sua vida, de maneira que esta se torne depois fecunda para todos os outros.”

“Os verdadeiros carismas não podem senão tender para o encontro com Cristo nos sacramentos.”

 

Importante destacarmos que muitas vezes, quando se usa a palavra "carismático", costuma-se associar ao movimento carismático. Não é esse o sentido que a Igreja nos apresenta.

Quando a Igreja fala de carismático deve ser entendido como tudo o que se coloca no âmbito da livre manifestação do Espírito.[2]

A vida das Novas Comunidades nasce, portanto, de forma carismática, isto é, de forma espontânea, em pessoas que se sentem interpeladas por uma situação histórica concreta.

Movidas pelo Espírito, as Novas Comunidades sentem-se impelidas a dar uma resposta aos desafios socioculturais do seu tempo.

ESTATUTO MUNDIAL DA IGREJA EM FAVOR DAS NOVAS COMUNIDADES

No dia 09/06/2019, na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco publica o Estatuto da Charis, órgão ligado ao Vaticano responsável por representar as comunidades de aliança e de vida, bem como outros movimentos legítimos da Igreja.

OS CINCO CRITÉRIOS DE ECLESIALIDADE ADOTADOS PELA IGREJA PARA SER COMUNIDADE

Na exortação pós-sinodal Christifideles laici (1989), as novas comunidades e movimentos são reconhecidos como uma nova época agregativa dos fiéis chamados a participar de forma responsável na missão da Igreja (Ex vi ChL n. 29), apresentando cinco critérios de eclesialidade:

I – O primado dado à vocação de cada cristão à santidade;

II – A responsabilidade em professar a fé católica em seu conteúdo integral;

III – O testemunho de uma comunhão sólida e convicta com o papa e os bispos;

IV – Aceitação e participação na finalidade apostólica da Igreja, que é a Evangelização;

V – O empenho de uma presença ativa na sociedade humana.

 

CARACTERÍSTICAS FORTES DAS NOVAS COMUNIDADES

  •  Carisma próprio bem definido;

  •  Amor e reverência filial à Igreja através da obediência ao Papa e Bispos e da fidelidade à doutrina católica;

  •  Forte missionariedade sob o impulso da nova evangelização; 

  •  Vivência comunitária sob duas formas: comunidade de aliança e comunidade de vida;

  •  Governo comum e organizado, vivido sob a graça da obediência;

  •  Intenso apelo à vivência moral segundo o Magistério da Igreja, inclusive confirmado por vínculo de castidade segundo o estado de vida;

  • Presença de todos os estados e realidades de vida: homens e mulheres, clérigos e leigos, casados, celibatários e solteiros;

  •  Vida de oração intensa, tanto pessoal como comunitária.

 

ALGUMAS COMUNIDADES BASTANTES CONHECIDAS NO BRASIL

  1. Comunidade Canção Nova;

  2. Comunidade Shalom;

  3. Comunidade Nova Aliança.

 

CONCEITOS IMPORTANTES

  • CARISMA DE FUNDAÇÃO: É a graça dada a uma pessoa para que se torne visível um carisma.

  • CARISMA DA FUNDAÇÃO: Novidade e originalidade própria, DNA e digital.

  • FUNDADOR: Escolhido, a partir da fraqueza, para que os olhos não fiquem nos homens, mas em Deus. Muitas vezes incompreendido.

  • HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO: toda a vida do fundador. Antes no nascimento já se tem sinais do “espírito do fundador”.

  • COFUNDADOR HISTÓRICO: “os primeiros” que venceram as primeiras dificuldades.

  • TRADIÇÃO DA FUNDAÇÃO: normas não escritas.

  • ESTATUTO E NORMAS: geralmente com o tempo acontece.

  • MISTÉRIO CRISTOLÓGICO: É o “resumo” do rosto de Cristo a ser anunciado pela comunidade. Já está no carisma como mistério. (1Cor 9,22-23 "Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos. E tudo isso faço por causa do Evangelho, para dele me fazer participante”- Palavra Fundante)

  • VOCAÇÃO: forma concreta de viver um carisma através de um chamado. (Quem eu sou?). SER e VIVER o carisma da comunidade.

  • AMIGOS DA COMUNIDADE: amigos que ajudam a Comunidade em suas missões, caminhando ao lado dela, mas sem ser membro da Comunidade. É o primeiro passo para ser convidado a entrar na comunidade.

  • ASSOCIAÇÃO DE DIREITO CIVIL CRIADA PELOS MEMBROS DAS NOVAS COMUNIDADES: associação com estatuto e regras de direito civil que tem por objetivo dar mais transparência, pois com a associação civil cria-se CNPJ, possibilitando a abertura de conta bancária e a prestação de contas à Santa Igreja das destinações dos recursos eventualmente arrecadados, bem como a destinação correta do patrimônio adquirido em caso de extinção.

 

[1]Discurso de 30/05/1998.

[2] Não estamos aqui diminuindo a renovação carismática, legítimo e importante movimento da Igreja. Estamos apenas colocando as coisas em seu devido lugar.

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